Internamentos pediátricos em Portugal: evolução 2016-2020
De 2016 a 2019, os internamentos do 0 aos 24 anos de idade nos hospitais do SNS têm-se mantido estáveis; no entanto, no ano de 2020 houve uma redução de cerca de 21% (33 995 para 27 011). Esta diferença é mais notória se considerarmos a faixa etária do 0 aos 14 anos de idade, cerca de 24%; e, ainda maior, na faixa do 1 aos 4 anos de idade, cerca de 29%.
Figura 1: Número de internamentos do 0 aos 24 anos de idade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, 2016-2020. Fonte: Serviço Nacional de Saúde
Figura 2: Número de internamentos do 0 aos 14 anos de idade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, por região de Portugal, 2016-2020. Fonte: Serviço Nacional de Saúde
A diminuição do número de internamentos do 0 aos 14 anos de idade, do ano 2019 para 2020, também se verifica em todas as regiões de Portugal: ARS Norte menos 24%, ARS Lisboa/Vale Tejo menos 20%, ARS Centro menos 27%, ARS Alentejo menos 36%, ARS Algarve menos 11%, Região Autónoma da Madeira menos 44% e Região Autónoma dos Açores menos 32%.
Tendo em conta os meses do ano, entre 2016 e 2019, os meses com menor número de internamentos do 0 aos 14 anos de idade foram os meses de agosto e setembro. No entanto, existe uma maior variabilidade no mês com maior número de internamentos entre 2016 e 2019: 2016 – dezembro, 2017 e 2018 – março e 2019 – outubro.
O ano de 2020 apresentou um valor mínimo de internamentos do 0 aos 14 anos nunca verificado neste período de tempo estudado, isto é, em abril apenas estiveram internadas 900 crianças nos hospitais do SNS. O mês com maior número de internamentos em 2020 foi fevereiro (1 840). Os meses de agosto e setembro, que nos anos anteriores habitualmente registavam valores mais baixos de internamentos, em 2020 foram o 6º e 5º mês com maior número de internamentos, respetivamente.
Figura 3: Número de internamentos do 0 aos 14 anos de idade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, por meses, 2016-2020. Fonte: Serviço Nacional de Saúde
Figura 4: Proporção de internamentos do 0 aos 14 anos de idade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, por capítulo de diagnóstico principal do ICD9CM/ICD10CM/PCS 2019-2020. Fonte: Serviço Nacional de Saúde
Por capítulo de diagnóstico principal do ICD9CM/ICD10CM/PCS, as “doenças do aparelho respiratório” são as que motivaram mais internamentos nos anos de 2019 e 2020.
Em 2019, a segunda maior causa de internamentos foram “algumas doenças infeciosas e parasitárias”, ao contrário de 2020, em que a segunda maior causa de internamento foram as “doenças do aparelho geniturinário”. Esta redução no motivo de internamento por “algumas doenças infeciosas e parasitárias” foi uma das mais acentuadas, correspondendo a menos 2,4%, ou seja, menos 830 internamentos.
Entre 2019 e 2020, os diagnósticos principais que aumentaram em termos de proporção face ao número total de internamentos foram: “algumas condições originadas no período perinatal”, “doenças do parelho geniturinário”, “doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários”, “doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas”, “lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas”, “malformações congénitas, deformações e anomalias cromossómicas” e “neoplasias”. Este aumento foi mais notório nas “neoplasias” seguido das “lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas”. De salientar que em termos de números absolutos, todos diagnósticos diminuíram do ano 2019 para o ano 2020.
Relativamente à mortalidade pediátrica em meio hospitalar, desde 2016 que os valores não se apresentavam tão baixos no que diz respeito à faixa etária do 0 aos 14 anos de idade; sendo esta diminuição mais notória entre o 1 e 4 anos de idade (menos 40%).
Figura 5: Número de óbitos do 0 aos 24 anos de idade nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, 2016-2020. Fonte: Serviço Nacional de Saúde